quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ZECA AFONSO
(25 anos depois...)



José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (ZECA AFONSO) nasceu em Aveiro, a 2 de Agosto de 1929, filho dum magistrado e duma professora primária. A infância reparte-se entre Aveiro, Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra, devido às sucessivas deslocações profissionais do pai.
Em Coimbra, estudante do Liceu D. João III, conhece o guitarrista António Portugal e começa a interessar-se pela música. Em fins da década de 40, já aluno de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Coimbra, destaca-se, à semelhança do irmão, como cantor de fados. Conhece o mestre guitarrista Flávio Rodrigues e a cantadeira popular Cristina Matos.
Casa pela primeira vez em 1950, com Maria Amália, de quem tem dois filhos, José Manuel e Helena. As dificuldades económicas levam-no a trabalhar como revisor no «Diário de Coimbra». Em 1953 grava os primeiros discos (de 78 rpm), com «Fado das Águias» e outras canções, o que voltou a acontecer em 1956 (já em discos de 45 rpm). Em 1958 viaja com a Tuna Académica até Angola, numa viagem que repetirá, dois anos depois, com o Orfeon Académico. Em 1960 grava a «Balada de Outono» e, depois, de modo irregular vai gravando alguns discos de pequeno formato (EP), até 1964, ano em que, já casado com Zélia, parte para Moçambique. Os filhos de ambos, Joana e Pedro, nascerão nos anos seguintes.
Pelo caminho deixa o serviço militar cumprido em Mafra (entre 1953 e 1955), onde se distinguiu pela sua permanente distração e incapacidade para dar ordens e uma experiência de professor do ensino secundário iniciada em 1956 e que o levou a diversos liceus e colégios de Mangualde, Aljustrel, Lagos, Faro e Alcobaça.
É ainda como mestre-escola que regressa a África em 1964, experiência que se revelará fundamental na sua formação política. Na Beira, colabora com o Teatro Experimental e escreve a música para a peça «E Excepção e a Regra», de Brecht. Volta a Portugal em 1967, ano em que é pela primeira vez editado em «long playing» (33 rpm) com «Baladas e Canções», historicamente o seu primeiro álbum, que recolhe gravações anteriores à sua partida para Moçambique e editadas em vários EPs.
Expulso do ensino por razões políticas, dedica-se mais assiduamente à música e inicia um período de gravações regulares com «Cantares do Andarilho» (1968). No ano seguinte grava «Contos Velhos Rumos Novos» e, em 1970, publica «Traz outro Amigo Também» e visita Cuba. No ano seguinte edita «Cantigas do Maio», e tudo passa a ser como era na música portuguesa. Aliás, 71 é um ano de luxo para a música portuguesa: Sérgio Godinho grava «Os Sobreviventes», Adriano Correia de Oliveira edita «Gente de Aqui e de Agora», José Mário Branco publica «Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades», Luís Cília vê sair em França o terceiro álbum da série «A Poesia Portuguesa de Hoje e de Sempre». Ainda nesse ano recebe o terceiro prémio consecutivo da Casa da Imprensa pelo melhor disco.
Em 1972 canta pela primeira vez na Galiza e participa no Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, onde apresenta o tema «A Morte Saiu à Rua», dedicado ao pintor José Dias Coelho, assassinado pela Pide. Edita «Eu Vou Ser Como a Toupeira».
Participa activamente no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, em Março de 1973 (onde estreia em público «O Que Faz Falta») e envolve-se na acção politica com grupos de vários sectores da Esquerda, desde o PCP à LUAR. Publica «Venham mais Cinco» (73).
Em 29 de Março de 1974 participa no Encontro da Canção, no Coliseu dos Recreios, onde a censura não lhe permite cantar mais do que duas canções: «Milho Verde» e «Grândola Vila Morena». Menos de um mês depois, a 25 de Abril, esta era a senha do Movimento das Forças Armadas para o início da que ficaria para a história com o nome único de Revolução dos Cravos.
Ainda em 1974 faz sair «Coro dos Tribunais», mas só voltará a publicar em 1976 ( «Com As Minhas Tamanquinhas»). Nesses meses («essa coisa magnifica que foi o PREC»), percorre o país de ponta a ponta, num sem fim de «sessões», «acções de dinamização», «campanhas de alfabetização». Grava um disco em Itália de apoio à luta do jornal «República» e outro para a LUAR («Viva o Poder Popular» / «Foi Na Cidade do Sado»), ganha o Prémio Internacional de Folklore da Academia Fonográfica alemã (1976). Apoia as candidaturas à Presidência da República de Otelo Saraiva de Carvalho (1976 e 1980) e Maria de Lurdes Pintasilgo (1985). Grava «Enquanto Há Força» (77), «Fura Fura» (79), «Baladas de Coimbra e Outras Canções» (81).
Em 1982 visita Moçambique e é recebido pelo Presidente Samora Machel com honras semelhantes às de um chefe de Estado. É-lhe diagnosticada uma doença incurável (esclerose lateral amiotrópica) que se caracteriza pela destruição lenta e progressiva do tecido muscular. Viaja pela Roménia, Inglaterra e Estados Unidos, em busca de uma solução.
Em 1983 realiza os últimos espectáculos, nos coliseus de Lisboa e Porto. Publica o disco «Ao Vivo no Coliseu» e um belíssimo LP de originais, «Como Se Fora Seu Filho». Um ano depois, recebe dos doze participantes no Concerto pela Paz e Não Intervenção na América Central, realizado em Manágua, uma das mais significativas homenagens: uma mensagem assinada, entre outros, por Pete Seeger, Chico Buarque, Carlos Mejía Godoy, Sílvio Rodriguez, Daniel Viglietti, Isabel Parra e Amparo Ochoa. Nesse mesmo ano foi editado o livro "As Voltas de um Andarilho", de Viriato Teles, uma extensa reportagem sobre a vida e a obra de Zeca. Em 1984, José António Salvador publica "Livra-te do Medo", um outro trabalho biográfico sobre o poeta-cantor - reeditado em 1994 em nova versão, mais ilustrada, com o título "José Afonso - O Rosto da Utopia".
Em 1985 publica o derradeiro disco, «Galinhas do Mato», onde já só dá voz a dois dos temas. Os restantes têm interpretações de Janita Salomé, Helena Vieira, Luís Represas, Né Ladeiras e José Mário Branco. Morre, no hospital de Setúbal, na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987.

Fonte: Aveiro Cidade

Cândida Afonso - História

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ABRIL DE ABRIL
Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Manuel Alegre30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote


Cândida Afonso - História

E hoje como é Abril?

Parabéns

A coordenadora do Departamento dá os parabéns aos primeiros colegas que dinamizaram o nosso blog. Conto com todos os outros.


A coordenadora do Departamento de CSH -Escola Básica e Secundária Sacadura Cabral - Adelaide Gonçalves

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Foi há 20 anos. Os Estados-membros da Comunidade Europeia - incluindo Portugal, que entrou em 1986 - assinaram o Tratado de Maastricht, na Holanda. Como resultado deste tratado histórico foi criada a União Europeia tal como a conhecemos hoje e deu-se o primeiro passo para a introdução da moeda única - o euro -, a mesma cuja solidez parece agora ameaçada.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fez hoje um discurso, afirmando acreditar que os europeus deverão “continuar a reforçar a Europa no espírito de Maastricht”.
“Hoje em dia reconhecemos que o problema não está em haver demasiada Europa, mas antes em não haver Europa suficiente. Precisamos de uma Europa mais forte, de uma governação mais forte, sobretudo face aos grandes desafios da mundialização”, disse Durão Barroso.

O que pensam da opinião de Durão Barroso???


Cândida Afonso - História

Fonte: Jornal público

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

François Truffaut, cineasta francês que nasceu a 6 de fevereiro de 1932 completaria hoje 80 anos. Truffaut, o cineasta rebelde, morreu a 21 de outubro de 1984, vítima de um tumor cerebral. Deixou uma obra marcante e viveu sempre no fio da navalha. François Truffaut é considerado um dos fundadores do movimento cinematográfico chamado 'Nouvelle Vague'.


A sociedade (ainda) se recorda? Ainda o recorda?
O cinema muito lhe deve. Sem a sua obra seria certamente mais pobre.

Cândida Afonso - História

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um novo país


O Sudão do Sul foi o 196.° país do Mundo a ser oficialmente reconhecido como independente depois de ter enfrentado uma guerra civil de 12 anos que causou mais de 1,5 milhões de vítimas e um número infindável de deslocados e refugiados. Após um referendo, 99% da população do sul manifestou-se a favor da separação da região com uma população cristã e animista, em relação ao norte, predominantemente muçulmano e de origem árabe, que tentava impor a lei islâmica a todo o país.Tornou-se independente do Sudão a 9 de julho de 2011.



Os cerca de nove milhões de habitantes do país mais novo do Mundo, o Sudão do Sul, convivem com um dos piores indicadores de desenvolvimento do planeta. A esmagadora maioria é jovem, pobre, mora em áreas rurais e não tem instrução. Menos de 10% das crianças completam a escola primária e do total de terras do país, cujo território é do tamanho da França, apenas 4% são cultiváveis. Mais de 90% do povo da região sobrevive com menos um dólar por dia e mais da metade depende de ajuda humanitária (ONU).

Fonte: Areal Editores, Wikipedia

José Almeida - Geografia